Captura de carbono no solo tem papel de destaque na agroindústria familiar

Criado há mais de duas décadas, o conceito de sequestro de carbono surgiu na Conferência de Kioto. Desde então, é utilizado para descrever como se dá o processo de captura de CO2 na atmosfera, na biomassa e nos solos.

Nas condições climáticas subtropicais do Rio Grande do Sul, políticas públicas de incentivos ao produtor para o uso de plantas de cobertura e o subsídio de sementes e bioinsumos são essenciais. A Emater/RS-Ascar reconhece a importância da mitigação dos gases de efeito de estufa e o papel de destaque da agricultura familiar no sequestro de carbono para aumentar a nossa resiliência climática e a estabilidade produtiva. Por isso, a Instituição realiza em todos os municípios um trabalho de orientação sobre a importância de se promover a cobertura permanente do solo, visto que esse manejo influencia positivamente os cultivos. A longo prazo, traz melhoria nas condições do solo e pode impactar positivamente a resposta dos cultivos e a produtividade.

Conforme o extensionista rural social da Emater/RS-Ascar Genuir Denega, "o produtor pode pegar o seu laudo de análise e observar os percentuais de matéria orgânica e levar esse CO2 para dentro do solo sendo que o aporte de palha é fundamental para melhorar essa captura de carbono no solo, preferencialmente acima de 12 toneladas ao ano". 

Aqui no Estado, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seapi) coletou amostras do solo em 2024, para avaliação de densidade e teor do carbono depositado. Também, para análise de fluxo de gases do efeito estufa dentro de ervais cultivados em dois sistemas diferentes: a pleno sol e em sistemas sombreados, como agroflorestas, com o objetivo de interpretar a dinâmica do carbono nesses dois sistemas de produção, em comparação com a mata nativa, que é o sistema de referência. Depois de analisados, esses dados poderão gerar índices que comprovem a capacidade descarbonizante da erva-mate.