COP30: A proposta do agro do Brasil é a Agricultura Tropical Sustentável
Por Roberto Rodrigues, enviado Especial para Agricultura na COP30
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes) — COP30 que acontece em novembro em Belém do Pará não é uma COP do Brasil e nem da agricultura. É mais uma COP buscando mecanismos que evitem o aquecimento global. Por essa razão é frequente o questionamento quanto às “vantagens” que a agropecuária e/ou o agronegócio brasileiro poderiam obter em participar das discussões que ocorrerão no evento.
Trata-se de uma temática muito mais profunda do que aparenta, e vários pontos devem ser destacados. O primeiro deles tem a ver com a perda de protagonismo das organizações multilaterais, que tem causado uma certa perda de valores e direção para a Humanidade.
Sem punição para provocações que causam guerras ou destroem a democracia pelo mundo afora, vai sendo articulada uma situação de incerteza geral quanto ao futuro, uma certa insegurança de caráter geopolítico e até mesmo a sensação de uma nova “desordem” internacional.
Não faltam os arautos de que este cenário seria ameaça à paz mundial. E este é um tema que deveria empolgar todos os povos: lutar para garantir a paz mundial! Não pode haver maior questão para a contemporaneidade.
Garantir a paz é a ambição máxima que todo e qualquer cidadão de todo e qualquer rincão deste vasto mundo deve buscar!
Paz no presente e para o futuro.
Ninguém deveria sequer aceitar discutir: filhos e netos sem paz? Absurdo!
Esta deveria ser a bandeira maior para todos os líderes de todos os calibres e funções.
Pois bem, há um componente óbvio nesta busca: não haverá paz onde houver fome.
A história universal está cheia de comprovações de guerras provocadas pela fome. Portanto, a segurança alimentar é uma condição essencial para evitar a guerra. Por outro lado, a necessidade de matriz energética renovável e com menor impacto na emissão de gases de efeito estufa vem sendo perseguida há tempos. E a desigualdade social vem se transformando num fator de desesperança em todos os continentes, provocando ondas de imigração e o crescimento de insegurança pública.
É essencial enfrentar esta problemática com o mesmo vigor e determinação com que se enfrentam as mudanças climáticas. Os 4 pontos estão interconectados.
Para que a paz seja alcançada em sua plenitude, a Humanidade deve se unir com firmeza em torno de segurança alimentar para todos, transição energética para maior sustentabilidade, gerando empregos e renda nas regiões mais pobres para reduzir a desigualdade social, e fazer tudo isso a partir da atividade agropecuária regida pela ciência e pelas inovações tecnológicas.
Este horizonte terá sua maior plenitude no cinturão tropical do planeta. América Latina, África subsaariana e parte da Ásia são as regiões onde existe terra para aumentar a área plantada e onde o padrão tecnológico ainda é baixo. Nesta grande faixa territorial é que vai acontecer o maior processo de produção agropecuária tropical sustentável que evitará guerras fratricidas de qualquer ordem.
E o Brasil é o país que desenvolveu a tecnologia tropical sustentável que pode ser replicada em toda esta faixa. Por isso a COP 30 é importante para a agropecuária brasileira e mundial: o mundo estará de olho no Brasil e este grande aparato tecnológico deve ser demonstrado à exaustão. Tudo o que foi aqui desenvolvido nos últimos 50 anos — de um país que importava 30% da alimentação consumida internamente nos anos 70 do século passado para um país que exporta produtos agrícolas para mais de 190 outros — deve ser mostrado, explicado e ter sua aplicação explicitada para o cinturão tropical.
Com isso, o Brasil pode deixar um legado inestimável para a Humanidade: sua produção agropecuária replicada será o seguro contra a insegurança, a fatura da Paz, com P maiúsculo! O segundo ponto da temática da COP é a determinação de seu Presidente, o Embaixador André Correa do Lago, de implementar as decisões desta COP e das anteriores na defesa da soberania dos povos. Em seu ano inteiro de mandato até a próxima COP, a de número 31, ele buscará todos os meios possíveis para esta implementação.
Com estes dois pontos, fica claro o possível legado do Brasil a partir da COP30: ser o paladino da Paz Mundial.
Agricultura tropical sustentável cultivando soluções para alimentos, energia e clima
Acesse aqui o documento Agricultura tropical sustentável cultivando soluções para alimentos, energia e clima, produzido pela equipe liderada por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, enviado Especial para Agricultura na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30 e, segundo a revista Forbes, ele será a “Voz do Agronegócio Universal na COP30”.
O Fórum Brasileiro da Agricultura Tropical apresenta o documento. Uma contribuição estratégica às discussões globais sobre segurança alimentar, transição energética e ação climática.
O documento propõe um novo olhar sobre os trópicos: que reconhece o papel central da agricultura na construção de um futuro sustentável, resiliente e inclusivo. A partir de uma análise fundamentada em ciência, inovação e políticas públicas, o documento traça um caminho baseado em adaptação e mitigação, capaz de enfrentar os grandes desafios do nosso tempo. Onde houver fome, não haverá paz.
Colaboradores
Esta publicação foi elaborada com a colaboração de instituições de referência no agronegócio brasileiro, entre elas associações setoriais, centros de pesquisa e especialistas das mais diversas áreas do setor.
ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio
ABCA – Academia Brasileira de Ciência Agronômica
ABCZ – Associação Brasileira de Criadores de Zebu
ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos
ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
ABIOGÁS – Associação Brasileira do Biogás
ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
ABISOLO – Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal
ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal
ABRAMILHO – Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo
ABRAPA – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão
ABRASEM – Associação Brasileira de Sementes e Mudas
AGROICONE
ANDA – Associação Nacional para Difusão De Adubos
ANDAV – Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários
ASBRAER – Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária
CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil C
COALIZAÇÃO BRASIL CLIMA, FLORESTAS E AGRICULTURA
CROPLIFE BRASIL
EMBRAPA
FAESP – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
FUNDAÇÃO DOM CABRAL
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV Agro e FGV Bioeconomia)
IAC – Instituto Agronômico IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores Insper Agro Global
Instituo Arapyaú Instituto Equilíbrio
IPA – Instituto Pensar Agropecuária
IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MAPA – Ministério Agricultura e Pecuária
MBPS – Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável
OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras
SINDIRAÇÕES – Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal
SRB – Sociedade Rural Brasileira UNICA – União Da Indústria de Cana-de-Açúcar
FEBRAPDP – Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto.









